O risco está lá no alto e a desigualdade na terra.


Se há uma área com glamour no setor elétrico brasileiro, com certeza é a da geração. As usinas, com suas estruturas e barragens imponentes, são o orgulho da engenharia nacional. Mas pouca gente lembra que elas de nada valeriam não fosse o sistema de transmissão, uma estrutura igualmente impressionante, sem paralelo no mundo em extensão e conexão.
São 1040000 quilômetros de linhas, torres e subestações quase totalmente interligadas, que levam a energia gerada pelas turbinas das usinas à tomada de cada brasileiro. Numa analogia, de nada adianta um coração forte para bombear o sangue se as artérias não estiverem robustas para distribuí-lo pelo corpo.
Neste momento, as artérias do sistema nacional de energia sinalizam que não estão tão bem como deveriam. Veja o exemplo que vem da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. A usina de 15 bilhões de ¬reais, projetada para elevar a oferta de energia no país, ligou a primeira turbina em março de 2012. No início de dezembro, sete das 44 já funcionavam.


Em 2013, ao menos uma por mês entrará em operação. Mas a energia gerada pela usina só chega a Rondônia e ao Acre. A linha de transmissão, com 2 375 quilômetros, que deveria ligá-la ao sistema nacional, em São Paulo, não foi concluída em fevereiro de 2012, como previsto.
Na melhor das hipóteses, ficará pronta em 2013. O consórcio responsável por erguê-la — liderado pelas empresas Odebrecht e Furnas — diz que teve problemas para conseguir as licenças ambientais, mas que já destravou o empreendimento. O atraso é uma fonte de prejuí¬zos.
Quem perde também é o Brasil. A seca no Sudeste e no Nordeste reduziu o nível dos reservatórios, e as hidrelétricas não conseguem produzir a mesma quantidade de energia. Dependemos hoje de usinas térmicas, cuja energia custa mais que o dobro. A diferença será cobrada na conta de luz de todos os consumidores em 2013.
Nos últimos meses, os holofotes do setor elétrico se voltaram para a queda de braço política sobre as concessões, envolvendo os governos federal e esta¬duais, as concessionárias, o Congresso e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A usina de Santo Antônio e seu linhão inacabado lembram que energia é um tema técnico por excelência.
Mais oque pode chamar a atenção nos próximos meses é outra questão e também bem mais delicada e que o povo brasileiro deve ficar atento. Vejamos alguns pontos de raciocínio:
Os Estados que municípios que produzem Petróleo recebem milhões de reais royalties e não querem repartir a fatia com outros estados que nada ou pouco produzem.
Políticos não querem diminuir esses valores de suas contas ,então votam contra repartir.
Então vejamos: Esta na hora de também começar a cobrar desses mesmos estados pelo uso da energia produzida em outros estados e repassado para eles, caso do Paraná que detém a Itaipu, aumentar o valor dos royalties nas mesmas proporções do valor do petróleo e assim mostrar que também deve ser dado valor para novas fontes de energia e não somente no Petróleo.

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